quinta-feira, 2 de outubro de 2014

'fluxo'

salivando pelas noites* vontade de não sei o quê* inominável insatisfação* abominável falta de rótulo* nenhum nome tem a escuridão que me invade* ninguém pode me salvar, nem eu* sigo em frente, por velhos caminhos que são cada vez mais antigos, sendo no entanto, novos* porque já sou outra que caminha pelas pedras, as pedras também já são outras* os olhos que veem nunca me viram antes* os olhos que veem sempre me viram em sonhos* sigo aqui* sigo aqui, mesmo que amanhã não siga mais* uma parte de mim sempre fica* e quando eu retornar, não reconhecerei a parte estagnada que ficou* a rejeitarei, direi que não me pertence, que nunca a vi* minha sombra marginalizada, rejeitada, humilhada* qualquer dia ela virá reinvindicar seu espaço...e tomará meu espírito, invadirá meus atos, tomará conta das direções* e me tornarei tudo o que rejeitei*

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