vejo ele
dorme nas calçadas
beija seus cães na boca com paixão
faz malabares com pedras não polidas
em cima das costas de um parceiro ocasional
depois pede colaboração no gorro de lã
dos espectadores enlatados e envidraçados
que assistem sentados nos seus caros motores
consegue por vezes comidas e bebidas
por caridade
na porta
do pegue e pague
de alguma avenida
da grande pequena cidade
nada acolhedora
para a marginalidade
de um ser que existe
sem existir
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