sexta-feira, 3 de abril de 2015
'outro'
as drogas, a saliva, a vida escorrendo pelos dedos*
dopando-se para fugir da dor de ser, ser o que não é adequado a um determinado espaço, tempo*
rotula-se para se sentir seguro e para defender-se*
não quer ver, não quer ouvir...pretende então criar um castelo/refúgio...onde sonhos podem se tornar pesadelos...sexo tântrico se torna tóxico com a repetição e a fuga que no ato se instala...refletindo no outro a tua angústia...*
o outro não é tu, o outro sou eu, e o outro ainda pode ser outro...outro que a ti se equipara, mas não vive sob tua pele,não se move com tua carne*
o outro não pode ser mais uma droga que pretendes inserir em teu cardápio...o outro é o outro...*
'tu'
teus pés te trouxeram ao encontro de meu corpo*
teu movimento fez vento, fez ondas , fez emoção ser instável*
instável é nossa falta de chão, é nosso quarto/cenário, de onde nunca saímos*
nossos obscuros encontros, nossas lágrimas escondidas e escancaradas*
teu movimento circular nos prendeu nas sombras*
temos um lugar que é só nosso, sempre será*
nada está estático, estamos no ar, dissolvendo-nos no amor e na frustração da covardia ambígua*
teus pés te levam agora, para longe de meu corpo*
na obscuridade ainda estará nossa marca, que não pertence a nenhuma história, nenhuma pessoa, nenhuma situação*
mais um amor sem nome, te chamo 'tu', esse ser que se foi, que se vai e que vem*
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